Não existe uma regra para cifrar uma música, o que estamos explicando as seguir são os toques básicos para cifragem.
Você deve ter em mente que para que a cifra fique boa, deve ter uma base de conhecimento de teoria musica, se quiser que fique ótima, daí vai ter que se esforçar um pouco e afundar a cara num livro, tipo Dicionário de Acordes Cifrados, do Almir Chediak, do contrário alguém sempre encontrará erros de escrita ou exageros e até "incompreenções" na sua escrita.
Grandes nomes como B. B. King não aprenderam a teoria, mas sabem-na devido à convivência, dependência e subsistência da música.
Antigamente era fácil você cifrar uma música porque sempre respeitavam (com algumas exceções) um campo harmônico mas hoje... quem nunca ouviu Oficina G3 sem se arrepiar... os caras tocam coisas que parecem desconexas, notas que nada têm a ver com o acorde base do hino. Esse é o motivo de "descabelo" entre os músicos que querem tocar as músicas deles.
Para aprender cifrar uma música você deve ter, além dos conhecimentos citados, criatividade, aliás, muuuuiiitttaaa criatividade se não sua música vai soar "Maria vai com as outras".
Lembre-se: Criatividade não se aprende em escolas, é um dom nato! O que você aprende nas escolas é teoria, aplicações, organização e o "idioma da música", isso equivale aprender a falar satisfação (correto) para não confundir com sastifação (incorreto), entendeu?
Mas vamos ao que interessa!
1 - Para cifrar uma música corretamente você precisa:
Saber de cor a melodia da música!
Isso quer dizer que não adianta ouvir uma música pela primeira vez e colocar o CD no CD-Player e tocar junto que vai sair igualzinho!
Procure aprender a melodia, cantar (nem que seja escondido, se a sua voz "não ajuda") ou assobiar a melodia de forma que quando o vocalista estiver cantando-a, você tenha uma intimidade com a música e saiba o caminho da melodia, dessa forma você pode improvisar usando sua criatividade e dando mais beleza à música.
Prestar atenção no baixo, que geralmente é o "condutor" da harmonia da música e saber diferenciar um C de C/E (não é tocar C - Dó-Ré-Mi com a mão direita e E - Mi-Sol#-Si com a esquerda...
C/E é um acorde de Dó com inversão de sua Terça, então a sequência seria: C/E - Mi-Sol-Dó , ou seja a Terça a Quinta e a Sétima de sua escala. Isso serve para as demais notas. E só pra lembrar, as inversões não são a mesma coisa de C9, C11 ou C13.
Saber diferenciar um acorde de passagem de um acorde fixo.
Acordes de passagem são aqueles que servem de ponte ou preparação para outro e são executados de forma rápida que às vezes passam despercebidos: Exemplo: C7, Am7, Dm7, G7... geralmente são os Dominantes.
Devem ser diferenciados exatamente porque são rápidos e podem passar sem ser notados.
Ter sempre um bom livro, revista ou "amigo" de teoria, para evitar erros como: C7+ (o sinal + significa aumentado e não Maior, como a maioria grafa)
Procure ler bastante, assinar Revistas, comprar livros que tenham estudos de teoria e métodos de cifragem.
2 - Como aplicar as simbologias
Pesquise o que você tem dúvida na hora de usar as simbologias, ninguém sabe tudo e na dúvida não escreva errado;
Discuta com outros músicos os símbolos que pode/deve usar.
3 - Usando a criatividade.
Essa é a parte mais sensível da coisa, digamos!
Se você vai à um museu, vê os quadros do Portinari e não consegue entender, tudo bem, seu ramo é outro!
Se assiste um teatro onde os caras ficam: batendo lata, ligando e acelerando moto-serras, esmeril, derramando tinta, barro em cima dos dançarinos (argh!), controle-se, sua veia criativa é outra!
Isso não quer dizer que os citados têm falta de criatividade, cada um na sua, mas com alguma coisa em comum. O que vocês têm em comum?
Têm visão diferente da arte.
A criatividade é uma coisa natural, um bom pianista pode tocar a vida toda, sempre de forma metódica e não gostar do que faz, mas suas apresentações serão sempre um homem e um piano, o que é muito diferente de um piano e um músico.
Já imaginou que o Michael Jackson dissesse que "detesta música pop" sendo ele considerado o rei da música pop? É o que ele declarou um tempo atrás ai. Pois é, amigos isso se chama conveniência!
Existem muitas formas de cifrar uma música, veja algumas:
Título: Deus está aqui.
1ª cifra: Normal
C G7 C C7
Deus está aqui, aleluia!
F G7 C C7
Tão certo como o ar que eu respiro
F G C
Tão certo como o amanhã que se levanta
F G7 C
Tão certo como eu te falo e podes me ouvir
2ª cifra: Com um pouquinho de criatividade
C G/B E Am C7
Deus está aqui, aleluia!
F9 G7 C C7
Tão certo como o ar que eu respiro
F9 G/F C E Am Am/G*
Tão certo como o amanhã que se levan....ta
F F/G C G
Tão certo como eu te falo e podes me ouvir
3ª cifra: Mais um pouquinho de criatividade
C G/B E Am Gm7 C7
Deus está aqui, alelu.......ia!
F7M F/G C Gm7 C7
Tão certo como o ar que eu respiro
F7M G/F C E Am Am/G*
Tão certo como o amanhã que se levan....ta
Dm7 F/G C F/G
Tão certo como eu te falo e podes me ouvir
3ª cifra: Re-harmonização
C7M Bb7M Am7 Gm79 F#7(#11)
Deus está aqui, alelu.......ia!
F7M F/G C7M
Tão certo como o ar que eu respiro
F7M G/F B/E E7 Am Am/G
Tão certo como o amanhã que se levan........ta
Dm7 G7(b9) C9
Tão certo como eu te falo e podes me ouvir
Como podemos observar a criatividade quebra todas as regras, pois o campo harmônico de Dó maior obedece os seguintes critérios:
Tríade:
I - II - III - IV - V - VI - VII -> Graus harmônicos
C - Dm- Em- F - G - Am -Bm5 -> Acordes (cifras)
Dó - Ré - Mi - Fá - Sol -Lá - Si
Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó - Ré
Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá
Tétrade:
I7M-II7-III7-IV7M-V7-VI7-VIIº -> Graus harmônicos
C - Dm- Em - F - G - Am- Bm5 -> Acordes (cifras)
Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si
Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó - Ré
Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá
Si - Dó - Ré - Mi - Fá -Sol - Lá
Obs: O VII é diminuto porque diminui-se a Terça e a Quinta.
Por José Ferreira Neto ( com correções e alguns acréscimos por Diego Ruas )
*Duvidas?? pergunte nos comentários!
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