terça-feira, 31 de maio de 2011

Filmes ridículos, cenas incríveis - [25]


Papacu: Um épico dos filmes nacionais de faroeste... MAS HEIN??? FAROESTE BRASILEIRO??

sábado, 28 de maio de 2011

O Crocodilo

O crocodilo que do Nilo
Ainda apavora a cristandade
Pode ser dócil como o filho
Que chora ao ver-se desamado.

Mas nunca como ele injusto
Que se ergue hediondo de manhã
E vai e espeta um grampo justo
No umbigo de sua própria mãe.

O crocodilo espreita a garça
Sim, mas por fome, e se restringe
Mas e o filho, que à pobre ave
Acompanha no Y do estilingue?

A lama pode ser um berço
Para um crocodiliano
No entanto o filho come o esterco
Apenas porque a mãe diz não.

Tem o crocodilo um amigo
Num pássaro que lhe palita
Os dentes e o alerta ao perigo:
Mas no filho, quem acredita?

O filho sai e esquece a mãe
E insulta o outro e o outro o insulta
É ver o simples caimão
Que nunca diz: filho da puta!

O crocodilo tem um sestro
De cio: guia-se pelo olfato
Mas o filho pratica o incesto
Absolutamente ipso-facto.

Chamam ao pequeno crocodilo
Paleosuchus palpebrosus
Porém o que me admira é o filho
Que vive em pálpebras de ócio.

O filho é um monstro. E uma vos digo
Ainda por píssico me tomem:
Nunca verei um crocodilo
Chorando lágrimas de homem.


Vinicius de Moraes

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Caso de Emergência


Em caso de nada pra postar, favor publicar esta imagem no respectivo blog (Há!)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vaidosa Superioridade - "Sabe com quem está falando?"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cine em Cena: O Rei da Comédia (1983)

Apesar do título esse filme não é uma comédia comum. Nem das escraxadas, nem semelhante ao humor negro comum dos irmãos Coen. Alguns momentos levam sim a risos, mas só, nada demais. O grande erro que você pode cometer ao ver esse filme é se preparar para assistir uma comédia, e não apreciar a verdadeira reflexão que esta obra maravilhosa pode nos proporcionar. Com um humor negro bem peculiar, Scorcese constrói uma fabulosa sátira à cultura da fama e das celebridades norte-americanas.

O longa já inicia abordando o dilema que vive o famoso comediante Jerry Langford (interpretado por Jerry Lewis, inspirado por sua própria biografia): o terrível preço da fama, onde fãs mais fervorosos podem se tornar inimigos do sossego e da privacidade, e, em níveis mais delirantes, verdadeiras ameaças. Apesar de tudo isso, Jerry não é caricaturizado como vítima no filme, ele nos é apresentado como um personagem mais complexo e de certa forma incoerente, afinal o grande comediante é na verdade um poço de mau humor longe das câmeras e do grande público.

Rupert Pumpkin (Robert de Niro, em grande performance), um aspirante a comediante com uma auto-confiança tão grande que chega ser hilária. Apesar de ser um personagem complexo, poderia se encaixar no típico e caricato "chato sem noção". Sonhando se tornar o mais novo rei da comédia, ele faz de tudo pra ter uma chance no programa de TV do famoso Jerry, mas ele sequer tem o mínimo de experiência, a não ser para as "réplicas" de papelão do seu quarto. Esses ensaios alias nos rendem as sequências cinematográficas mais gêniais do filme, como a hora em que a câmera se afasta por trás enquanto Pumpkin apresenta seu número à platéia de papelão e ao fundo aquelas gargalhadas falsas dos programas de humor da TV, ou quando sua mãe o interrompe abruptamente durante uma entrevista fantasiosa com os papelões (é ai que descobrimos que o "rei da comédia" ainda mora com sua mãe).

Mas quem nunca ensaiou diálogos que nunca aconteceram, atire a primeira pedra. A diferença é que esses delírios parecem ser literalmente cotidianos para o personagem de De Niro o que provoca vários daqueles momentos tipicamente incovenientes com o astro Jerry, o qual ele acredita realmente ser um grande amigo seu. Flutuando entre a realidade-fantasia, suas loucuras parecem ficar piores com o desenvolver da trama (o que nos causa muitas vezes um sentimento de vergonha alheia pelo personagem) culminando num plano absurdo, saído das mentes doentias de Pumpkin e Marsha (Sandra Bernhard, na pele de uma irritante fã desequilibrada, rica e apaixonada por Jerry).

Digno de nota que Pumpkin se acha dono de um incrível talento para a comédia, mas só nos apresenta de fato seu "fantástico" número lá pelo final do filme, o que com certeza foi genialmente pensado por Scorsese, cultivando em nós espectadores uma curiosidade cada vez maior sobre a veracidade do talento de Pumpkin

O final fecha com maestria o tema abordado e deixa uma ácida crítica no ar, tanto à sociedade e à mídia, quanto a própria cultura americana. Assinado por uma das grandes parcerias ator-diretor da história do cinema (Scorsese e De Niro), apesar de ter sido um fracasso nas bilheterias, na minha modesta opinião é um dos melhores da dupla, apesar de ser extremamente complicado dizer isso de um diretor com tantos filmes excelentes no currículo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Comprar, descartar, comprar...


Porque será que, apesar dos avanços tecnológicos, os produtos de consumo tendem a durar cada vez menos?

Filmado na Catalunha, França, Alemanha, EUA e Gana, o documentário "Comprar, descartar, comprar" faz uma viagem através da história de uma prática empresarial que consiste na redução deliberada da vida útil de um produto para incrementar o seu consumo pois, como foi publicado em 1928 numa revista de publicidade dos EUA, "um produto que não se gasta é uma tragédia para os negócios".

A obsolescência programada vai além da vida útil cada vez mais temporária dos produtos. Concertar, muitas vezes, se não o mesmo preço é até mais caro que comprar um produto novo. A publicidade seduz as pessoas a comprarem coisas novas e jogarem fora as “ultrapassadas” mesmo quando essas ainda estão boas e úteis. Para isso, mudam um pequeno detalhe num carro, numa camisa de time ou num celular, e os vendem como se fossem grandes novidades, como se estas trocas fossem realmente necessárias. Até quando?

P.S.: O documentário está em espanhol, infelizmente não achei nenhum com legendas, mas dá pra ter - no mínimo - uma noção do que é falado, justamente pela semelhança das línguas espanhola e portuguesa.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Che: Quem é o mito, quem é o homem?


O rosto de Che estampa camisetas e os mais diversos produtos pelo mundo todo, se fosse uma marca registrada com certeza estaria entre as que mais lucram no planeta. Che virou um cliChê, um mito capitalista, mera estampa de produtos anti-capitalistas (incoerência não?). Muitas pessoas superestimam, endeusam e cultuam sua imagem quase religiosamente, pois talvez não conheçam também seu lado mais sombrio.

Mais provável que sua imagem tenha se tornado maior que sua persona, ou seja, talvez não seja ele o cultuado, somente se apropriaram de sua imagem para tal, como um símbolo de revolta e um sinônimo de revolução, e, sendo assim não necessariamente essas mesmas pessoas apoiem Che e suas idéias. O mito se tornou maior que o homem.

Afinal, o que você acha que ela representa: a luta pela mudança ou o luto pelo guerrilheiro?