sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sonhos

Fecha teus olhos, abre teus sonhos;

Sonhas com o vento,
Símbolo da liberdade.
Passas o tempo
no vôo livre do conhecimento.
Pássaro sábio,
sentinela da noite, pia o alarme.
Coruja que expia,
Vigia o avanço da neoliberdade.

Verdade, não sonhas os sonhos 

                                 [do capitalismo
em desalinho com o inconsciente 
                        [reacionário coletivo,
Sonhas num surrealismo subversivo
complexo, mas compreensivo.
Leitura subconsciente da realidade.

Sonhas consciente,
com um admirável mundo novo,
Onde o ópio das massas
E a inópia do povo
Persistem, insistem, mas perdem,
Cedem lugar à triunfante utopia.

Fecha teus sonhos, abre teus olhos.
 
Sonhemos agora de olhos abertos. 
Diego Ruas

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Arco-íris

Não basta vermelhor,
Basta verde perto
Num arco mui belo,
Mensageiro singelo,
Da máxima celeste:


Nesta paleta de dores
Que são os amores,
Amar é um elo
Entre a frieza azul

E o ardor amarelo.


Diego Ruas

sábado, 9 de junho de 2012

Palavra (En)cantada



Uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos trovadores provençais ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa nova ao tropicalismo, Palavra (En)cantada passeia pela música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos de grandes nomes da nossa cultura, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens.

A tese da diretora Helena Solberg, que vai ganhando força nos depoimentos de vários artistas, é a de que o país possui uma relação muito especial entre a poesia, gênero normalmente de consumo intelectualizado e restrito, e a canção popular de ampla circulação. Dando poder à oralidade e assumindo a sua importância fundamental no desenvolvimento da cultura brasileira, a nossa música popular é apresentada neste documentário de 86 minutos, como espaço de fusão ou de transposição da cultura letrada às classes menos privilegiadas, e vice-versa.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Alcoolismo

Ora, que serve tomá remédio, se num pode bebê?
Prefiro morrê! (dizia em gargalhadas, o alcoólatra 
                                                               [atônito) 
Passado um mês,
Do mês passado.

Morreu de quê dôto? (perguntou um anônimo)
De alcoolismo. (respondia sempre, o médico, 
                                [com seus trocadilhos infames)

Diego Ruas

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Inocência

Terra

Foto: Sebastião Salgado.
Aos pés marcados pela terra vermelha 
Em contínua marcha de luta, 
Os corações ardendo em chamas 
Mesmo quando na labuta; 
A injustiça, vossa centelha. 

O movimento movimenta-se em frente 
Contra o latifúndio, unidos em correntes; 
Terra pra quem planta, 
Terra para gente. 

Acampa-se na terra, 
Assenta-se na terra, 
Planta-se na terra, 
Vive-se da terra. 

Terra para quê? 
Terra para quem? 
Sem tais perguntas não há respostas, 
Não há propostas de uma nova história, 
Não há luta, não há vitória. 

Diego Ruas

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mar & cia

Maresia à tarde,
Arde o mar, ar de mar;

Cochilo no tatame. 
Sem perceber, já vem a noite.

Ó luar, não és de ninar?

Por que não acalma o mar?
Hoje és de assoite;
Agita a maré, alarde.
Tsunami!

Maresia ou maremoto?
Qual é mesmo o seu nome?

Diego Ruas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Acalanto

Lua,
Metáfora dos poetas,
Destino dos profetas,

Abençoa os proletas,
Que já vou me acamar.


Lua, avança!
Que a noite é uma criança
E cedo vais deitar.


Faz-me um favor?
Quando se pôr,
Podes me acordar.

Diego Ruas

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Servidão Moderna



Documentário um pouco sensacionalista e exagerado às vezes, mas com um discurso coerente e de muitas verdades. O egoísmo humano não é fruto do capitalismo, mas o contrário. Será que a "natureza" cruel do homem impõe-se como único sistema para a civilização humana? Vale a pena ver e ouvir as críticas, buscar se informar e formar opinião.

"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, aceita por essa multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que lhes escravizam cada vez mais. Eles mesmos correm atrás de um trabalho cada vez mais alienante, que lhes é dado generosamente se estão suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os amos a quem deverão servir. Para que essa tragédia absurda possa ter sucedido, foi preciso tirar desta classe, a capacidade de se conscientizar sobre a exploração e a alienação da qual são vítimas. Eis então a estranha modernidade da época atual. Ao contrário dos escravos da Antiguidade, aos servos da Idade Média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje frente a uma classe totalmente escrava, que  no entanto não se dá conta disso ou melhor ainda, que não quer enxergar. Eles não conhecem a rebelião, que deveria ser a única reação legítima dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que foi planificada para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Utopia

Utopia, o que há de ser?
No que ei de crer:
Paz, ciência?
Paciência...
Diego Ruas

domingo, 6 de novembro de 2011

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo.
Teadoro, Teodora.

(Manuel Bandeira)

[Petrópolis, 25 de fevereiro de 1947]

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Filmes ridículos, cenas incríveis - [26]

"Você é um coco, e eu vou matar você." (Stallone Cobra)
Cuidado!!! filme trash, com alta dose de testosterona!
...UAHuhhAhHAh.. Não se fazem mais dublagens como antigamente! HahuUhaAuhaHa